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25
ABR

2025

Conciliar: verbo (muito) possível, quando há liberdade

Conciliar e liberdade. Dois conceitos que, à primeira vista, podem parecer distantes, um mais ligado ao quotidiano, o outro à História.

Mas quanto mais penso neles, mais percebo o quanto se entrelaçam.

O 25 de Abril trouxe-nos a liberdade de pensar, de escolher, de viver. Mas, meio século depois, continuamos a descobrir novas formas de exercer essa liberdade, também no trabalho, também na forma como equilibramos a vida.

Porque conciliar não é apenas uma questão de gestão de tempo. É uma forma de dignidade. É poder estar presente, sem culpa. É sentir que temos espaço para ser pessoas inteiras, em todas as frentes da nossa vida.

Quantas vezes sentimos que temos de optar entre o trabalho e a vida pessoal?

Que para cumprir o dever profissional, deixamos pendente o amor, o cuidado, o descanso?

Que estamos sempre a compensar e raramente a viver?

Já te sentiste a falhar em casa por causa do trabalho?

Ou a trabalhar com o coração apertado por não conseguires estar onde eras mais precisa?

Quantas vezes te perguntaste se é mesmo possível ter equilíbrio e não apenas sobrevivência?

Hoje, felizmente, trabalho numa empresa onde esta liberdade de viver, com presença e equilíbrio, é uma realidade.

O modelo híbrido, a confiança para gerir o tempo, a retaguarda nos momentos imprevistos... tudo isto são expressões de uma cultura que respeita a pessoa, não apenas o colaborador.

Existem muitos outros aspetos que poderia enumerar, mas são estes que me tocam mais. São estes que me permitem cuidar da vida sem deixar de ser profissional.

E quando precisamos de parar, de acompanhar, de estar, sabemos que podemos e temos apoio.

Mas há também o outro lado desta liberdade: o da responsabilidade.

Retribuímos com esforço, dedicação, lealdade. Vestimos a camisola com o coração inteiro, porque sentimos que fazemos parte. E isso gera compromisso.

A minha vida pessoal já precisou, e muito, da estrutura que o meu trabalho me dá.

Já me segurou em momentos em que tudo o resto parecia incerto.

E por isso, esta liberdade de ser inteira, em todas as frentes, nunca será esquecida.

Porque liberdade, hoje, também é isto: conciliar sem culpa.

Trabalhar com humanidade. Viver com dignidade.

Abril de 2025
Por Raquel Queirós